O homem descobre a poesia circular
Dá-se conta que ela roda e balança
como as ondas da botânica
e prepara ciclicamente o seu fluxo e o seu refluxo
Ó santos se ao menos fôsseis cingidos por seios sadios
A vossa assinatura seria uma mão de polegares
agitada por tremura alcoólica
Ó santos que tendes vós na mão
Será uma mão mais pequena
que encobre outra mão mais pequena
e assim sucessivamente até à consumação das mãos
A poeira agita-se na sua solidão
Pretende que o silêncio que a rodeia
se povoe de fantasmas alados
com vozes de troncos podres
de mulheres leves como a dama de branco
de velhos que desceram a montanha
atormentados pelas neves eternas
das grandes montanhas moles
onde giram rodopiam e se abismam
as sapatilhas de dança
Benjamin Péret
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