Jamais te acharei velho, amigo belo,
Olhando o teu olhar, o meu fixou
O que é beleza. Três vezes o inverno
Dos bosques de verão brio levou,
Três vezes como sempre esmaeceu
A primavera até ser louro outono,
O odor de três abris em junho ardeu,
Desde que te encontrei, e és sempre novo.
Ah!, contudo o ponteiro da beleza,
Par'cendo não rodar, muda a figura;
Meu olhar da ilusão pode ser presa,
O encanto oscila mais do que perdura:
Se assim é, quem não for 'inda nascido
O verão do esplendor terá perdido.
William Shakespeare
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