Tudo, não é: o amor não alimenta,
Não é sono nem teto contra a chuva;
Nem mastro para quem, numa tormenta,
Se afunda e vem à tona e logo afunda;
O amor ao pulmão 'spesso não traz ar,
Nem limpa o sangue, nem um osso cura;
E andam tantos a morte a cativar
Só porque amor em falta traz tortura!
Pode ser que, numa hora de aflição,
Gemendo para ser da dor liberta,
Incapaz de acudir à privação,
Bem tentadora me pareça a oferta
De trocar teu amor por pão ou paz.
Pode ser. Mas não me acho assim capaz.
Edna St. Vincent Millay
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