Quem julgo deste bosque ser senhor
Tem casa no povoado – é de supor
Que não verá que, neste paradeiro,
Contemplo a neve encher tudo ao redor.
Aviso, o meu cavalo é bem matreiro:
Parámos entre o bosque e o lago gélido,
Sem casa à vista, aliás, longe de tudo,
Na noite mais escura do ano inteiro…
Tem guizos nos arreios, não é mudo,
E quer saber se há aqui caso bicudo.
Só outro impulso então se faz ouvir:
O vento suave e a neve de veludo.
Cerrado, o bosque tenta persuadir,
Mas eu tenho promessas a cumprir,
E muito para andar até dormir,
E muito para andar até dormir.
Robert Frost
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