O ouro efémero da cena. A
vertigem da consciência
ao saber-se consciência, ao
tatear a orografia deste
silêncio, imóvel élitro, acaso do
ritmo que me contempla.
Esquecido de mim, penetro nas
regiões intermédias
do vale cerrado e desenho o
trânsito da respiração,
a apneia da luz, a crista da
perdiz cantora antes
das danças de namoro, as sementes
aladas do ácer.
E porque me falo, posso fazer com
que as coisas poisem no olho
do espírito, e ser contraluz e
curvatura, sombra inerte
e água de baga, prega de riso: anel
do invisível.
E porque me sonho, posso
inventar-me um corpo para me ver,
eu que mal sou, no dorso de todas
e cada uma das palavras.
Joan Navarro
Joan Navarro
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