A mansidão das estrelas. O
impercetível movimento
das pedras mudas. Os espinhos
intactos que respiram nas
arestas do caule alado. Agora
digo dor e cresce a casa silvestre
e os bois percorrem a lama sob a
abóbada do céu. Os ácidos diáfanos
enchem os corpos de luz, as zonas
embaciadas da vida.
Agora digo silêncio e estendo o
meu corpo sobre a terra e olho
o avanço das nuvens, o voo da sua
aritmética, o afã
fugitivo do instante que habitam,
as hélices ocultas do vento.
Ao fim da tarde, as nebulosas
pingam sobre o bosque e ardem
as pregas das palavras, o seu rastro,
a raiz do peixe que
será outro peixe, constelação,
noite partida, o branco ruído
do outono que chega enquanto,
lentamente, se desfaz o caminho.
Joan Navarro
Joan Navarro
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