quarta-feira, 13 de setembro de 2023

Barba-Azul

Abriste a porta, era essa a interdição;
Entra, pois, vê por qual futilidade
Te engano... Aqui não há um caldeirão,
Um tesouro, um espelho onde a verdade
Cara está, nada te há de arrepiar,
Não há cadáver's de mulher's com manha,
Apenas o que vês... Mas volta a olhar –
Um quarto que só tem teias de aranha.
Da vida foi só isto o que escondi,
Não fosse alguém saber-me por completo;
Tanta profanação então senti
Co' a tomada do meu quarto secreto
Que o teu rosto não mais contemplarei.
Fica co' isto. Para outro lado irei.

Edna St. Vincent Millay

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