sexta-feira, 24 de junho de 2022

Nota Nove

Diria que a maior influência que tive como tradutor veio, não da poesia em si, mas da música. Muito em concreto, da música de Mozart.

Quando carrego um texto da margem de uma língua para a margem de outra, tento que o material que sobreviveu à turbulência babélica do rio não tenha perdido os níveis de clareza e simplicidade que tinha na origem.

Pode o material chegar levemente tingido, pode a sua forma ter-se tornado mais análoga do que idêntica, etc., mas aquilo que nele era claro, continua claro, e aquilo que nele era simples, continua simples.

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