quinta-feira, 26 de novembro de 2020

Soneto 126

Ó tu, doce rapaz, que tens na mão
A foice, o incerto vidro que horas dão;
Que, ao contrário daqueles que te amam,
Minguando, tens encantos que mais chamam –
Se a Natura (que tudo, tudo arrasa)
Conforme avanças sempre te retrasa,
Isto faz com o fito de tentar
O lamentável Tempo arruinar.
Mas tem cuidado: se és seu preferido, 
Não serás capital sempre retido!
De prestar contas ela não se esquiva,
E assim, por quitação, de ti se priva.
     (                                                    )
     (                                                    )


William Shakespeare 

Sem comentários:

Enviar um comentário