terça-feira, 20 de setembro de 2016

O caminho não tomado

Numa bifurcação de um bosque amarelo,
Lamentei não poder ser um só viajante
Viajando pelos dois destinos, e quieto
Perante um dos caminhos, fiquei a vê-lo
Até el’ se sumir no mato distante;

Decidi tomar o outro, tão belo e justo,
E tendo a seu favor talvez mais razões,
Já que erva assim tão densa pedia uso;
Só que o trânsito que houve nos dois percursos
Desgastou-os em quase iguais proporções,

E nessa manhã quase iguais el’s jaziam
Em folhas que nenhum passo enegrecera.
Oh, deixei o primeiro para outro dia!
Mas sei: se toda a via gera outra via,
Voltar aqui é coisa mais do que incerta.

Hei de estar a contar isto, suspirando,
Algur’s daqui a um ror infindo de tempo:
Numa bifurcação de um bosque – ousado,
Eu tomei o caminho menos viajado,
E isso fez com que tudo fosse diferente.


Robert Frost

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