quinta-feira, 22 de setembro de 2016

Parando junto ao bosque em noite de neve

Quem julgo deste bosque ser senhor
Tem casa no povoado – é de supor
Que não verá que, neste paradeiro,
Contemplo a neve encher tudo ao redor.

Aviso, o meu cavalo é bem matreiro:
Parámos entre o bosque e o lago gélido,
Sem casa à vista, aliás, longe de tudo,
Na noite mais escura do ano inteiro…

Tem guizos nos arreios, não é mudo,
E quer saber se há aqui caso bicudo.
Só outro impulso então se faz ouvir:
O vento suave e a neve de veludo.

Cerrado, o bosque tenta persuadir,
Mas eu tenho promessas a cumprir,
E muito para andar até dormir,
E muito para andar até dormir.


Robert Frost

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